No final do século 19, o compositor erudito russo Piotr Tchaikovsky elaborou sob encomenda do Teatro Bolshoi, de Moscou, o balé “O Lago dos Cisnes”.

A música clássica logo se juntou ao teatro, a partir de um texto dramático que trazia a personagem princesa Odette como centro das atenções.

Ela é transformada em cisne em uma maldição lançada por um mago malvado, dono das terras em redor do lago do bosque, apenas lhes permitindo a aparência humana durante a noite.

É nesse clima de mistério que o Arraiá Renascer do Sertão realizou a sua festa neste domingo (30), na quadra de esportes do bairro Manoel Teles.

O local estava muito bem enfeitado, com um pórtico anunciando o evento.

Já na entrada, a Banda de Pífanos São José levou os jurados até o palhoção, passando por uma linda cidade cenográfica com igreja, casebres, cemitério e até uma representação do Morro Santo da Massaranduba.

Abrindo as apresentações, o grupo Flor de Mandacaru mostrou que sabia muito mais que além da Dança da Peneira, comemorando seus cinco anos de existência.

Logo depois, foi a vez da quadrilha estilizada Mandacaru Junino, trazendo mais uma vez a fé em Frei Damião para a pauta, com um figurino trazido diretamente do Piauí. Muita luta, muita garra, muita fé e, claro, muito ensaio.

Após isto, entrou na quadra a quadrilha matuta Tá Rochedo, com o experiente puxador Rosivaldo Vitório dos Santos, mais conhecido como “Pirrita”. Animação total.

Então, chegou “O Lago dos Cisnes no Forró de São João”, da Junina Renascer do Sertão, com uma coreografia impecável – destaque para o Cisne Negro, esbanjando a sensualidade necessária para o papel e trazendo movimentos precisos do balé clássico.

O som de Tchaikovsky se juntava ao arrasta-pé numa sincronia que rendeu este ano à quadrilha estilizada do Manoel Teles o 5º lugar mo Campeonato de Quadrilhas de Caruaru e o 4º lugar no Concurso de Quadrilhas de Anadia.

E o público que ficou até tarde vibrou bastante e aplaudiu de pé ao casamento matuto que “salvou” a princesa Odette da maldição. A cuidadora de idosos Nireide Roque, de 31 anos, foi uma dessas pessoas.

“Estou muito feliz de presenciar isso aqui em nossa comunidade. Todo ano acompanho as apresentações do arraiá. A cada ano está mais lindo! Estou querendo dançar no próximo ano e tudo”, diz ela, que já figurou como Nossa Senhora Aparecida em outras investidas teatrais junto à quadrilha estilizada.

Ao final, houve ainda o show da banda Bonde do Sucesso, em comemoração ao fechamento da noite bem-aventurada.