Onde está o amor no cérebro?

Por Liedja Rocha 02/06/2017 - 16:17 hs

Vinícius de Moraes e Shakespeare à parte, o amor é o resultado de uma complexa reação química que acontece no cérebro.

Nesse processo estão envolvidos, basicamente, três neurotransmissores: a dopamina, a norepinefrina e a serotonina, todos produzidos por áreas ligadas ao sistema de recompensa e prazer do cérebro.

As mãos tremem, o coração e a respiração aceleram quando o (a) amado (a) está por perto? Não acuse o cupido. Neste momento, estão em ação a dopamina e a norepinefrina, substâncias que levam à alegria excessiva, à falta de sono e o sentimento que o (a) amado (a) é único.

É amor ou paixão?

Para tentar entender a diferença existente entre os sentimentos, a psicóloga americana Judith Orloff escreveu uma lista, publicada no blog Pscyhology Today, que destaca a diferença entre um sentimento e outro.

O amor é quando…

Você quer passar mais tempo com a pessoa

Você passa horas conversando e não vê o tempo passar

Você quer realmente saber o que a pessoa sente e fazê-la feliz

Ele ou ela fazem você querer ser alguém melhor

Você tem vontade de conhecer a família e amigos da pessoa

 

A paixão acontece quando…

Seu foco é a aparência e o corpo da pessoa

Não sente vontade de conversar para conhecer mais a pessoa

Você prefere manter o relacionamento a nível fantasioso, não discutir sentimentos reais

Vocês são amantes, não amigos

Um estudo da Universidade de Concordia, no Canadá, descobriu como o cérebro processa amor e paixão e as diferenças e semelhanças entre esses dois sentimentos.

De acordo com as descobertas, amor e sexo são interpretados pelo cérebro como duas coisas diferentes, obviamente. Mas existe uma região em que eles se sobrepõem. E isso significa que uma relação que começa baseada puramente em desejo pode se transformar em amor.

Os cientistas descobriram que amor e desejo são processados por partes diferentes da mesma área cerebral, o corpo estriado. Enquanto o desejo sexual ativa a área de recompensa, o amor acende outra área do corpo estriado, associada com vícios em drogas. Por isso terminar um relacionamento tem sintomas semelhantes ao de uma abstinência em drogas.

Por fim, houve a descoberta de que, eventualmente, essas áreas no cérebro que processam as duas coisas podem se sobrepor. Isso mostra que desejo sexual pode sim se transformar em amor e que esses sentimentos não são totalmente separados.

É por isso que dizem que o amor é uma construção: fazer coisas legais junto com alguém pode, sim, construir amor entre o casal.

Antônio Prado e Ana Lúcia estão casados há 40 anos e praticam ginástica cerebral juntos. Além das aulas semanais de ginástica cerebral, o casal também cuida da saúde física com caminhadas diárias.